sexta-feira, 14 de junho de 2013

surto

eu caminho e consigo ver
não, não era como imaginava
do fogo à agua, não importa
os sons são os mesmos, não mudam...
eu queria era cair ali,
e nunca mais me levantar
e você vem me falar de voar,
quando o limite é o chão!
um vulcão ilumina meu céu,
e as dores se engasgam
um grito ecoa na esquina mais próxima,
e alguns sangram até amanhecer
sem saber, sem sabor...
não conseguia dizer adeus
os porcos fediam naquela tarde de terça feira
milhares de homens e mulheres nas ruas
suas garras feriam meu rosto limpo
deixa eu rolar até o penhasco,
estou amarrado e assim não vale
deixa eu ficar aqui,
não consigo ver ou vir mais uma vez
naquele dia o sol queimou minhas nuvens,
e tudo que sobrou foi uma névoa
agora sim, cego, estúpido e louco
por segundos, horas, vida
sem sabor, sem saber...
minhas pernas enraízam, enlouqueço
entrego-me,  porque é mais forte
e nasço de dentro de mim
explodo, pedaços, vários
e domino meu mundo, sou centenas, milhares
colonifico minhas terras
em um surto eterno...

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