sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

fogo

ela bateu e eu abri
me visitou por longos meses
longos anos
uma história de me alegrar
de me fazer rir por nada
e em seus sonhos eu pirei
em sua vida viajei
em sua cama eu deitei
das maiores das sensações
ela sempre batia e ganhava
deixava que ele me enfeitiçava
como era repleto, completo
satisfazia minhas dores e doçuras
de gerar, de construir e de crescer
a gente sempre pensa que é pra toda vida
mas pra toda vida é muito tempo
ela se foi, ele com ela
e que possam alegrar mais corações
como foi com o meu
satisfeito e insatisfeito
socialista e egoísta
talvez nunca ela chegará de novo
dele eu já sei
e espero estar pleno
e morrer com o gozo de uma vida vivida
por todos estes laços
me amarro e me afogo
no fogo de um amor...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

20, 21

ele me traz noticias,
que rasgam minha pele
justamente agora,
quando meus joelhos doem
as flores foram arrancadas
e tudo foi queimado
não poderia ser de outro jeito
chove em minha alma,
mas eu estou aqui
tô de pé,
sentindo o vento
que me visita em segurança
neste dia enfadonho
chega pra cá,
os controles estão comigo
uma festa me espera
um favor que faço
e desligo alguns
minha mente não suportaria
deixo que 20 chorem
e que 21 sorriem
nestes traços de foguetes
que decolam e voam, voam, voam...

domingo, 2 de dezembro de 2012

cartas


já cansei de esperar, mas as vezes não dá
me olho e não vejo,
não é só isso mesmo,
eu teimo e volto pra lá
deixa desenterrar o que há
eu sei o que é
mas você finge não ver
suas cartas não vão enganar
o que seus olhares e toques falam,
nosso silêncio é taquilálico
as estranhezas não são coincidência
foi seu medo que quis assim,
vamos lá... eu sei, mas não falo
me cansa só de pensar,
o que muda é o agora
não seguirei, já quebrei