domingo, 5 de abril de 2009

ruas


de verde em verde minha verdade sai de casa
e encontra um paraíso de palavras
perdido entre as ruas massacradas e mascaradas
num baile de carnaval desencontrado em um outubro aprisionado
o amarelo que chega à janela já não é o mesmo
a chuva pediu para estiar, pois já não agüentava mais chorar
e milhares de olhos brotam das ervas daninhas
mas os meus só olham para você
e para a terra a qual preciso afagar e criar novas visões
invenções não param de gastar,
a vida dela apenas cria outras vidas compradas em vitrines
-é camarada, não se anime!
os gritos de luta só se escutam em rounds televisionados
a cabeça pesada de dor e de horror
a cabeça leve de amor e de calor
o tempo vive num equilíbrio, numa dinamicidade,
numa caixa de feijoada industrializada pela tua coragem
e o que fica são apenas imagens de uma janela
brusca, bruta, que fecha as portas para a liberdade

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