segunda-feira, 9 de março de 2009

espelho


caminhos de cantos soletrados ao vento
fizeram-me perceber o eco que vinha de lá,
um local donde apenas imagens irreais transfiguravam
as realidades virtuais que compõem minha vida cá
e criou-se um mundo onde deixava de ser coadjuvante,
sempre aparecia em primeira cena, principal de qualquer romance
conversar qualquer diálogo com minha mesa, meu quadro, meu eu
poder observar e criar virtualidades reais que avancem
paredes azuis numa tranqüila tarde sonolenta
traduzida pelo cheiro da fumaça do incenso de canela
que recriava formas e alimentava novas vidas
iluminando o canto do quarto, minha porta e janela
permitir um bate-boca do meu eu ali e aqui
sem deixar ser levado, maltratado ou tachado por louco
morar por lá, uma história, um verão, um segundo
respeitar meus sonhos e a felicidade por um pouco
e conseqüentemente um mundo vasto, ampliado
pedindo para ser vivido e servido
uma fraternidade plena sonhada e acordada
num psicodelismo por muitos incompreendido

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