domingo, 13 de julho de 2008

maluco


muitos destes dias foram de segundos

não consigo pensar o quanto me sumiu

vendo muitos passados e esquecendo o presente

e criar uma melodia fica ainda mais difícil


viver em cima das unhas

mastigar os dentes

isso é o que torna a realidade normal


são pedaços de ovelhas e de céu

o grito agora é inevitável

recordações que estão além da saudade

e é só escutar para poder sentir o quanto foi bom


defecar o intestino delgado

olhar meu hemisfério esquerdo

isso é o que torna a realidade normal

3 comentários:

Anônimo disse...

maluca

num dia triste de chuva
foi minha irmã quem me chamou pra ver
era um caminhão, era um caminhão
carregado de botão de rosas
eu fiquei maluca
por flor tenho loucura
eu fiquei maluca
saí
e quando voltei molhada
com mais de dúzias de botão
botei botão na sala, na mesa, na TV, no sofá
na cama, no quarto, no chão
na peteadeira
na cozinha, na geladeira
na varanda
e na janela era grande o barulho da chuva
da chuva
eu fiquei maluca
eu fiquei maluca
da chuva
eu fiquei maluca
eu fiquei maluca

Anônimo disse...

sensações

o sol! que horas são?
não sei, ouço o som da catedral
sou louco, sou mistério
me some do cemitério
o sol! que horas são?
não sei, ouço o som da catedral
sou louco, sou mistério
me some do cemitério
eu me rasgo, eu me ralo
isso é vontade pura
essas mãos que me seguram
são de carne crua
esses livros que eu leio
causam sensações
esses livros que eu leio
causam sensações
sensações
sensações

Anônimo disse...

adorei este teu poema. e descobri que este tal "anônimo" escreve bem também...
poesia escapolindo das horas.
e eu numa lan house, lendo versos entre uma e outra fala de minha irmã...!